Agora nem nómada, nem emigrante.


terça-feira, dezembro 30, 2014

Quero levar-te para minha casa e tomar conta de ti.

Eli

sábado, dezembro 27, 2014

Destrói

 
Quando te encontro, não páro nos teus cabelos, porque tu não reparas nos meus. Ainda te sinto hoje, agora, como se algum dia tivesses tocado na minha pele. Durante cinco dias soube que não me querias, mas só hoje me "caiu a ficha" dolorosamente. Como é triste admitir finalmente o chão e beijá-lo com as lágrimas do meu silêncio, porque nada mais te posso dar. Tu não queres. Estou certa disso. Desta vez fiz diferente e não matei à chegada, não aniquilei. Vivi sem sobeviver, mas agora custa-me tanto deixar-te para trás sem ter ouvido o teu não. Por que será que preciso tanto de algumas palavras?! Queria gritar o teu nome e escrevê-lo centenas de vezes como fazem as adolescentes em cadernos, mas redimi-me novamente, porque a redenção traz a bênção futura do desaparecimento. Não desisti, se me perguntasses, dir-te-ia que tu desististe antes de qualquer olhar. Ainda não sei como lidar com isto. Será - mais - uma luta diária. Mas, no final, poderia contar-te que consegui sonhar. Sim, houve sonhos como há muito não deixava acontecer. Merda do amor, da paixão, do encantamento, desta coisa que deixo que me invada, que me detém, mas ao fim ao cabo só me destrói.

Quantas vezes pensei que só queria trazer-te para casa e tomar conta de ti. Simples assim, mas nem imaginas como a simplicidade assusta e eu não sou tão bonita como as outras.

Eli

quinta-feira, dezembro 11, 2014

Anulação


E caminhava mais uma vez à minha frente, com um passo trôpego como se quisesse mostra-se debilitado. Jazia-lhe um poema na boca, mordiscando-me os lábios, como se de uma barba se tratasse. E, com suavidade se mostrou num tom que raramente lhe desconheço. "Homem", chamei. Será que ele entendeu que a profundidade que alcança com o seu caminhar é tão maior que uma bebida em mar alto, entre a morte de um olhar, onde me fico, onde me fixas.

A capacidade que tenho de me anular ainda me surpreende.

Eli

segunda-feira, novembro 24, 2014

Espirro






Enquanto decifro plantas que resistem à estação
de comboio, manifesto-me, ardentemente, atchim

Perco o Sul, sem café, sem resposta, sem angústia
Virgulando as vigarices que manipulo, tateando-o

Já não quero mais aquela resposta vibrante, não, não
quero simplesmente que a atitude me fique, exista

Os versos soam desencontrados, porque temerei sempre
Embora a cachaça me amordace a voz que soprarei.


 Eli Rodrigues


Fotografia por Francisco Matos.

segunda-feira, novembro 10, 2014

Não acontece...

... o amor.

Para mim, não acontece. (Ponto!) Posso afirmar que me apaixonei mil vezes e apaixono-me centenas, qualquer dia passo para as dezenas até não restar mais unidades. Não vale a pena dissertar mais tinta sobre isto. Até posso criar, fantasiar, como tantas vezes fiz, mas certifico que o amor não é para mim. Eu concordo houve interesses de cá para lá e de lá para cá. Posso também assumir experiências... Mas, o amor não é para mim.

Eli

sexta-feira, outubro 17, 2014

Largar


Não quero estar sempre a largar as mãos.
Habituei-me a deixar os sonhos, como se eles se quisessem livrar de mim. Espirro-os como se fossem bactérias.

Eli

quinta-feira, outubro 02, 2014

Estar apaixonado é sentir a eminência um orgasmo a cada instante.

Eli Rodrigues

quinta-feira, setembro 18, 2014

Lançamento I e Lançamento II (sábado)

Sábado pelas 15:00 h
(Campo Grande, 56, Lisboa)
Livro "Confissões"



Sábado 17:30
(Sana Malhoa Hotel em Lisboa)
Livro "Aquela Viagem"


Eli

P. S. Tenho uma pequena participação em ambos.

domingo, setembro 14, 2014

Desaparecimento




Não teria como o dizer, porque não teria outra palavra para começar que não fosse o não. Mais futuro que que o meu próprio desaparecimento seria impossível. Não haverá uma única palavra minha que não tenha escrito a vingar, porque de todos as que as leram, assim as transformaram. E, quando nelas viram poesia, só encontraram um forte rancor por não ter amado mais. Porque, a certa altura tive que me conter para não chorar, para não sentir, para não sonhar. Não temos como vivenciar um futuro sem olhar para o passado. Há um libertar em cada sonho que não disponho mais. Tive que me permitir viver em paz. Mas, quando me deslizo através de uma qualquer música intemporal, os meus dedos vibram por uma pele que me deixe tatuar, porque gosto mesmo de ser gostada e de ser bem tratada. Todos aqueles que quis entraram num tal espiral repentino de desaparecimento que não ouso mais esconder. Haverá no futuro alguma explicação para aquilo que não passei, não vivi, não escrevi?!

Eli Rodrigues

quarta-feira, agosto 27, 2014

Sôfrego

Antes de me transformar em pedra,
Que as minhas palavras de sal
Desaguam no teu telhado

Espera, já sou uma rocha,
Porque me desejaste mal.

Que o teu sôfrego ser
Me desencante, acordado!

Eli

quarta-feira, agosto 06, 2014

Depois do fim

Não sei  por que não estás
Tal como desconheço
Outras (razões) do teu apreço

E talvez não desejes saber
Que te senti por hoje, sem querer
Palavras partidas do nefasto

De tanto te esquecer

Lá para os lados do estômago
Pontadas centenárias sem eu lembrar
Tidas em inconsciência

Sabes, meras ortografias
Em contas bravias

Onde marquei o sete, malvado também és
E serás como todas as ideias que carrego...

Na imaginação.

Eli

segunda-feira, julho 21, 2014

Já que estás...

Páras em mim?


Eli

domingo, julho 20, 2014

sexta-feira, julho 18, 2014

segunda-feira, julho 14, 2014

domingo, junho 29, 2014

Resposta

Imagem de J. Calado

«Aausência de resposta é já em si uma resposta.»

quarta-feira, junho 18, 2014

Caem-me as palavras


Foto por J. Calado




Tenho tantas saudades de mim. Não sei bem quem é esta que não tem a mesma coragem, a mesma capacidade e até parte da auto-confiança se perdeu em algum lado. Gostava que danças com planos fizessem sentido. Gostava de poder construir com bases sólidas e sim que não fosse fácil, mas que mexesse com tudo de tão bom de tão cúmplice. Como anseio por aquele beijo prometido. Não estou mais em paz, nem deixarei de pensar em mim, de me anular. Não sei como é que o verão regressa e eu sem ter a sombra de uma cadeira colorida. Deixa-me que grite onde não há montanha nem mar.

Eli

Sonhei que... #6

... o vocalista daquela banda que vi no domingo ("União das Tribos") me mostrava uma carta que eu tinha escrito. Escrevi umas frases através do site www.obrigado.ctt.pt há alguns dias e enviei para pessoas que fazem parte da minha vida, a quem gosto de agradecer e de quem tinha a morada. Porém, eu não tinha a morada completa de um destinatário a quem queria enviar um Obrigada. Resolvi enviar mesmo assim. (Já que não se paga, não custa tentar.) No sonho, o Sérgio aparecia como mensageiro, tinha a carta com ele, mostrou-ma e disse-me que saberia como entregá-la, mesmo estando endereço insuficiente.
Eli


Dentre outros significados, sonhar com carta pode indicar que em breve você terá notícias de familiares ou amigos que você não vê há muito tempo. Fonte

segunda-feira, junho 16, 2014

"Aquela Viagem"



Aquela Viagem! - Nova Colectânea - Papel D´Arroz Editora
A viagem mais marcante
A mais inesperada, a mais longa a mais curta…
A viagem que sempre sonharam
Porque a imaginação não tem limite – Aquela Viagem!
A viagem que irão fazer antes do fim da vida…
A que já fizeram e não repetem
A que repetiriam todos os anos…
A volta ao mundo!
A melhor viagem de Verão.
De Inverno…
As melhores férias -ou não-
Tudo, e só tudo o que nos querem contar da vossa viagem
Reais ou imaginadas
Desta vez o desafio é mesmo esse, escrevam-nos, relatem-nos
Aquela Viagem! - a vossa - AQUELA… e só AQUELA...

REGULAMENTO DE PARTICIPAÇÃO:
A Colectânea reunirá manuscritos de autores de expressão Lusófona, maiores de 18 anos de idade.
A selecção de trabalhos enviados será efectuada pelo departamento editorial da Papel DArroz
papellivros@gmail.com

Passos para a participação:
- Cada participante deverá enviar uma breve nota de apresentação e uma foto actualizada. e-mail e contacto telefónico.

- A data limite para envio dos trabalhos para participação é o dia 5 de Julho de 2014

- Os manuscritos deverão ser digitados em word, em Times New Roman, 12pp e enviados por e-mail:

papellivros@gmail.com

- Relatem-nos... AQUELA VIAGEM

- Tamanho: 4 folhas A4
- Não existe qualquer pagamento de inscrição.
- Os autores seleccionados, deverão adquirir um mínimo de 3 exemplares da obra finalizada e editada. Os exemplares serão entregues na apresentação da obra ou via CTT (portes pagos pela editora, para Portugal Continental)
- Os autores poderão adquirir mais do que o número mínimo de exemplares , sempre com desconto de 30% sobre o PVP.

- O preço de venda ao público da obra será definido pela Papel DArroz, tendo em conta o número de páginas da obra editada.

- A Papel DArroz não reserva a exclusividade dos textos editados.
Os Autores não cedem os direitos de Autora à editora, podendo utilizar o trabalho editado noutras edições que achem pertinentes

e vamos VIAJAR
viagem connosco aqui
na Papel DArroz!
Esperamos as vossas histórias.

Papel DArroz- um livro um momento
(uma editora do grupo Múltiplas Histórias)

Foram-se

 (Fotografia por J. Calado)

Fazes ideia da quantidade de noites em que me lembrei que aquele pensamento que eu tinha vindo do nada poderia ter tido origem em ti?! Trata-se de uma estupidez, mas neste momento voltei a ter sentimentos e parece-me que está a "cair-me a ficha". Tarde demais, mas sinto-o agora mais do que dantes nos meses que se antecederam a este. Por que será que a minha paz se transformou num turbilhão de repente?! Gostaria de saber, mas... de cada vez que alguém se aproxima de mim, tu apareces na inconsciência do não saber. Que raio, podererei ser eu a voltar a controlar isso, ou terás tu a influência. Já dobravas o Cabo das Tormentas. Já tinhas uma atitude de homem. Era uma vez uma líbido... E mais não conto, porque num queres saber.

Eli

domingo, junho 15, 2014

"Seduz-me"...

... é o título do próximo livro onde tenho um texto.

Eli

"Seduzir com anormalidade"


Lobo Antunes

Há momentos e situações em que o olhar comunica mais que as palavras, isso também é intimidade. Creio que sou capaz de dizer muitas cosas sem falar, é o outro que também tem de compreender e de saber interpretar. Quando se estabelece essa relação de intimidade e de amizade, não é necessário falar. (...) Frequentemente é melhor não o fazer porque as palavras estão muito gastas.

António Lobo Antunes

quinta-feira, junho 12, 2014

sábado, junho 07, 2014

Sonhei que... #5

Sonhei que apanhava dinheiro (meu) que tinha caído e voado de uma caixa. Apanhava cada vez mais (principalmente notas de 10 euros). Alguém (conhecida) deu-me duas dessas notas e eu perguntei se eram minhas, ela não respondeu, só me as entregou.

«sonhar com dinheiro atrai muitas coisas positivas para a vida de quem sonha (...)
Se no seu sonho você vê muito dinheiro, esse é um sinal que sua vida se aproxima de uma fase muito positiva. Aquilo que você vem trabalhando há muito tempo finalmente será reconhecido e você conseguirá ter muitos ganhos com isso. Sua vida entrará em uma nova fase, muito positiva e cheia de conquistas inesperadas.

Se você sonhou que tinha muito dinheiro é um sinal para que esteja preparado para o que a vida lhe proporciona. Primeiramente é preciso não se afobar com seus ganhos e ter paciência para saber lidar com o pouco ou muito que tem. Quem não sabe lidar com o que ganha nunca terá nada, mesmo que ganhe muito.» Fonte

Eli

quinta-feira, junho 05, 2014

F***-**

 
Ninguém está interessado em mistérios constantes. Só eu me enganei ao pensar que poderia suscitar o interesse e fazer com que interessasse qualquer informação sobre mim. Vende-se este blogue que deixou de ter valor. Um tostão e leio o futuro por um ano, apenas porque acho que posso ter alguma intuição. Tudo mentiras para quem não acredita. Nem eu mesma sei qual é este limbo onde me encontro equilibrada. Não sei se quero estar no bem assim só porque tenho esta estúpida capacidade de me manter à tona. «são estrelas, senhor, são estrelas». E algum dia pensei, pensámos, que neste dia da Independência estaríamos tão apartados? "Morri na praia." É verdade, mas sei bem que nem até à areia deveria ter chegado.

Eli

quarta-feira, maio 28, 2014

Quebra


Estou quase a saltar, ou já saltei, às vezes sinto que será algo no meio. Mas afinal como se pode estar em queda livre e outras nada?! Não há sinais, não há uma única coisa que me diga que me virás procurar, eu que espere. Mas, não tenho capacidades para mais, não sou mais do que esta que tenho sido há uns meses. Os cabelos crescem, os pensamentos esvaem-se, mas de repente parece que estás ali. Que raio! Como se fecha um capítulo que a porta não tem chave?

Eli

segunda-feira, maio 19, 2014

Voltar

Tenebrosa é a noite em que pensas em mim,
 porque a viagem que tens que fazer
 te dói tanto a percorrer...

Eli

quarta-feira, maio 14, 2014

Escrita

É terapéutico escrever, mas quando se entra pela noite fora à procura de saciar a necessidade das palavras, no vermelho, nos dedos apertados... no outro dia o corpo todo se queixa, abatido, mas a alma circula vadia...

Deixo-me suspirar, pois há tanto em mim...

Meras, meras, meras as palavras... MERAS! 

Eli

Em...

;)

Eli

sexta-feira, maio 09, 2014

I

Há missivas que preenchem a primeira parte de um livro. A segunda ainda está para vir e eu não disse que não haverá terceira. Mas, há coisas que não entendo, porque se tratam de atitudes. Vou fechar o portátil e correr, fugir sem passar por...

Eli

P.S. Quem adivinhar o local das reticências leva um beijo.



quinta-feira, maio 08, 2014

Emoção

Confesso que me inspiro a cada caminho do trabalho para casa. Há ideias na minha cabeça, que me inspiram. Ignoro a cidade e imagino-me lá bem longe, naquela aldeia como se estivesse perto. Estando lá, não senti necessidade de fazer mais nada. Só pensava no quanto poderia incomodar alguém que nunca mais me disse nada. Fiquei a pensar que alguém assim não merece os meus pensamentos. Às vezes ainda sinto a sua energia como se soubesse que ele se lembra de mim. Devo ser eu que quero acreditar. Apetecia-me chorar isto e deixar para trás, mas sinto que estou pendente em pensamentos alheios. A minha imaginação... Sinto-me emocionada, eu, que já tinha deixado de sentir. Ligo uma música que já me conhece. Não me prendo, só não entendo toda esta distância, porque não mereço. 

Eli

sexta-feira, maio 02, 2014

terça-feira, abril 29, 2014

Viagem




Vou partir, como se parte sempre que se vai de viagem seja para onde for. Relembrei a minha carta de Tarot que este ano me deixa numa dualidade como nunca me lembro que tivesse pesado tanto. Mesmo que pensasse "vou ou não" e até cogitasse sobre isso como se debruça um pescador olhando o mar sem adivinhar se vai dobrar o Cabo das Tormentas, se vai encontrar a Ilha dos Amores... Na verdade, há tantas incógnitas nestas permissas que não consigo concluir com a mesma força que gostaria. Na verdade, tenho medo... eu que nem sou muito disso, receio que a minha ida seja em vão. Mas, como sempre soube através do conhecimento empírico que a viagem é que nos faz, que no final o destino é apenas mais um objetivo, vou manter-me focada nesse espírito. Tenho amigos tão diferentes, nem todos me compreenderiam... alguns seriam solidários, outros travariam porque eu sonho ou imagino demais. Contudo, às vezes - sempre - temos que agir, porque na minha vida ficar à espera nunca deu resultado. Gostaria de não ter que passar por este processo doloroso, que sei que irá ser, mas é um final expetável que tenho que ultrapassar. A quantidade de histórias que contruí sozinha empilha-se em notas, livros, diários... Preciso de encerrar este capítulo e vou precisar de me ultrapassar a mim mesma. 

Eli


quarta-feira, abril 23, 2014

domingo, abril 20, 2014

Sonhei que... #4



Na semana passada, sonhei que... Primeiro, de manhã, arranjei as meninas, depois elas seguiam para as suas atividades e lá, à porta, onde eu estava não sei porquê, na zona da estrada, mesmo na feira, estavam várias pessoas, o A. J. aproximou-se de mim quase me beijando. Entretanto, passámos por vários cenários, inclusive o penúltimo de uma cena do seu trabalho. Ele, ator e conhecido, tinha reparado em mim e queria romance comigo. Pensei que aquilo só poderia ser um sonho, mas eu conseguia olhar em volta e, quando isso contece, torna tudo real. Íamos ver um filme aconchegados...

Eli

9


Ontem fizemos 9 anos de blogue e eu esqueci-me, porque estava ocupada a ser feliz. Foi num desses momentos que ao referir-me a este espaço me "caiu a ficha" e de repente me lembrei, já passava da meia-noite. Espetacular o que este espaço já me trouxe. Nunca teria a mesma vida sem ele que me trouxe pessoas espetaculares que se tornaram grandes, enormes, imensos amigos!

Sorriso de alma cheia,

Eli Rodrigues

:))

sábado, abril 05, 2014

Papel Editora

Participei num Concurso de Cartas de Amor e agora a minha carta pode ser lida neste link. Quem tiver vontade de ler a minha rebuscada criatividade, que clique!

Eli

;)

P.S. Não ganhei o concurso, mas o meu texto vai ter lugar na coletânea que a editora está a organizar.

Amor

O momento de voltar a acreditar no amor é aquele em que se ouve uma música quando o que existe é um silêncio. Parece que a melodia segue numa dança de violinos e guitarras escondidas numa dor boa. Há aquele medo de perder que se mistura com o prazer em sentir. Enquanto eu separava três rissóis, tu exibias a exuberância de me colocares duas almofadas a jeito, no sofá e trazias o cobertor grande dos quadrados que sempre carreguei para a preguiça. Entretanto, ouvia-se o som do piano do vizinho que reolveu ouvir uma música baixa num volume acentuado. Fico contente no final desde dia, porque alguém me fez um desenho. Um dia também fiz um desenho para alguém. É um beijo assim... carregado de realidade, que terás que receber nos teus lábios colantes que me prenderão. O sentimento vai acordar dentro do meu peito. É a saudade do futuro. Realiza.

Eli

quinta-feira, abril 03, 2014

Sonhei que... #4

... me emocionava muito porque o tinha visto. Já mal me lembro da sua voz. Tinha a pele branca e rugas que lhe marcavam mais idade. Pareceu-me mais alto e também um pouco mais magro. Uma sensação tão forte como se ele tivesse voltado. Minha progenitora achava normal e eu só procurava o seu abraço para o sentir. Descrevi isto melhor. Escrito assim não parece nada, mas é uma imagem que se apagará dificilmente. Agora estou a ter um dejá vu como se já tivesse estado aqui neste momento. Terei sonhado que contaria este sonho?! Eu disse-lhe que não parecia ele - a última vez que o vi fisicamente - por isso nem tinha acreditado.

Eli

Sonhei que... #3

... estavas a bater-me à porta lá na casa da Terra. Queres que te diga como acordei sobressaltada? (Naaa...) Tinha mesmo acabado de adormecer há pouco e sonhei que efetivamente com sono leve tinha adormecido há pouco ainda de noite (apesar de imaginar alguma claridade) estavas a bater lá à porta. Acordei a pensar que estava lá. Quando abri os olhos, dei conta que estava aqui, mas o meu coração batia descompassadamente. Pensei, será que me bateram à porta aqui, já que o som real poderia ter entrado pelo sonho... mas não. Estava uma noite "normal". Fiquei-me imóvel, até adormecer novamente.

Eli

(Esta semana.)

quarta-feira, abril 02, 2014

Céu






Estou farta que só a mim não aconteça.

Eli

sábado, março 29, 2014

Vulcana


Estava à espera que me passasse em todos os moldes. Começa primeiro por desaparecer a ansiedade. Gostaría de a manter para a saciar, mas depois não aguento, porque se transforma em sofrimento. Depois, passo a uma primeira fase de espera e que tenho a certeza que ele vai ligar, pois até deu sinal de si e mandou recado pelo amigo. O tempo passa, sei que - afinal - ele não morreu, mas que está deprimido. Entendo, afinal somos humanos e todos nós temos o nosso tempo. Escrevo-lhe relembrando-o dos nossos momentos, das nossas palavras. Mas, parece que ele se isolou mesmo. Seguidamente, há uma fase em que já não aguardo, mas também não desisti de saber dele, de lhe pôr a vista em cima. Começa um vazio inevitável. Mais tarde, meses depois, há um lado racional que me diz para esquecer e para pôr no saco - Passado - com todos os outros. Porém, ainda há uma energia qualquer. É como se ele ouvisse uma música e pensasse em mim. Todavia, preciso de um sinal. Doutras vezes, vivi com base em analogias psicológicas, mas depois acaba-se antes desta fase. Eu sei que sou dada ao platonismo da coisa... mas, mas há uma intensidade de vez enquando, que me apanha despercebida e é por isso que eu não arranquei ainda.

Eli

quinta-feira, março 27, 2014

Abraços

E eu vivo num mundinho de sobrevivências onde sorrir, falar alto, ser-se o eu de cada um tem que estar camuflado, tenho que estar quase sempre a quase pedir desculpa porque eu preciso da merda do trabalho, de passar os míseros recibos verdes e repetir-me. Gostar do que faço, apaixonar-me momentaneamente por um momento do meu dia soa quase como se fosse um acto ilegal. Quero mais também. Quero que não se finja todos os dias que não estamos com mais seres humanos no metro. Gostava que não tivéssemos que ter uma circunstância plausível para simplesmente falar com pessoas, com humanos. Só queria poder fazê-lo sem parecer louca e ser logo julgada. Há uma frase por aí que diz "se levantares os olhos do telemóvel, reza a história que vais encontrar pessoas e ver árvores...". A verdade é que Lisboa tornou-se grande demais para tanto que queria ser. Não devo culpar os outros, mas cansei-me de coisas dessas.

Comentário a este texto de um dos meus blogues preferidos.

Eli

quinta-feira, março 20, 2014

Horizonte

Estabeleces metas. Chegar ao final daquele livro. Conseguir (a)cordar mais um dia. Sobreviver (s)em ti próprio. Só começas quando terminares. Acredita que és muito mais do que aquilo que te permites ser. No fundo, sabes que já o foste. Pensamentos no vazio, eu preciso de um ponto final para recomeçar. É urgente que volte a ser mais do que mera sobrevivente. Preciso de partir para ir mais além. Talvez a luta pela estabilidade nunca tivesse que ser um objetivo meu. Sinto-me como as velas de um navio que me levam para onde decide o vento sem que eu possa escolher. De vez enquando, eu remo, remo, remo tanto até me cansar, até que os calos rebentem e sofra de tanto me esforçar. Então, posso parar, posso pairar qual árvore livre que esvoaça o horizonte. Este parece o limite, mas trata-se de um optimismo valente além mar onde eu posso sempre descansar, quando por momentos me lembro do passado, do tempo em que trepavas muros altos só para me ver. A porta está aberta. Entraste. Ficaste.

Eli

:)

sábado, março 15, 2014

sábado, março 08, 2014

Respira






Assim não vale. Deixaste que os meus cabelos crescessem sem lhes sentires o seu perfume de mulher. Não dependo mais de ondas negativistas, teria tanto por fazer. Hoje, um sorriso apareceu-me à frente, meio mascarado, algumas vezes no meu dia e apercebi-me da sua preocupação quando me disse "respira". Tão simples como isso. Uma alma viu que eu precisava de aquela palavra, a única a fazer efeito. Uma pessoa não precisa de se deitar com alguém, nem de cantar sonetos para ler numa expressão um momento humano. Quem me reconhece na voz uma gargalhada e me a permite assim, faz-me bem. Obrigada aos humanos que se cruzam comigo e que não fingem que a minha existência é tão redundante que chega a ser desnecessária, porque se não figurássemos todos no mesmo metro, no mesmo comboio, seria estranhamente mais dolorosa a viagem... como se os lugares vazios estivessem realmente vazios e o mundo desaparecesse em si.
Chegamos ao final do inverno, meu querido, sem ouvir a chuva lá fora, juntos. Ambos numa solidão carregada de pensamentos, de lutas, de dias e noites, ambos numa distância... porra, não me feches o portátil e não me corras por este sul fora fazendo um desvio! ;) Não aguentei, tive que te piscar o olho, porque um dia ainda irás ler isto e vais achar "mas onde é que ela foi buscar aquela paciência sacrossanta". Estou no final da estrada. Não vivo muito mais. Só para que saibas, a minha lealdade aos meus é eterna, mas eu continuo a mesma mortal. Cativas-me ou cativo-te? Algum dia serias capaz de lutar por mim?! Onde está a tua espada em punho para me resgatar?! Vais subir, vais entrar?

Eli

quarta-feira, março 05, 2014

Inspiração

...

História da Treta



Era uma vez um homem que vivia no Algarve. Barba a crescer, cabelos pelos ombro cortados em vários tamanhos, quase emaranhados de tanto se deixar ficar ao Sol do mar, quase rastas, quase tudo o que fosse abandono do seu próprio corpo... Homem triste e acabrunhado. Depois de tanto ler à sombra de um alpendre qualquer, resolveu criar um blogue a utilizar a internet para expor seus pensamentos pecaminosos ou não. Esbaforido, ficava-se de olhar penetrante, aguardando que o computador lhe trouxesse notícias do além. Um dia, uma bela açoriana, não tão bela quanto ele, deixou um comentário no seu blogue. Ele resolveu seguir-lhe o rasto. Açoriana escrevia sempre de uma forma tão confusa que o Algarvio nem sempre a percebia, mas, mesmo assim não deixava de se fascinar. Depois de tantos comentários trocarem, Algarvio investiu todas as suas economias numa viagem de avião para os Açores? Ter-se-ia enganado na ilha? Seria aquela do vulcão?

Eli

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Desistido


Era uma vez um homem que se sentindo ainda menino, resolveu optar por desistir. Faltavam-lhe as forças para lutar contra intempéries, contra a falta de (quase) tudo aquilo que sempre quis. Só se conseguia lembrar dos erros que tinha cometido e arrependia-se de todos eles. Houve em tempos uma grande necessidade de se compreender, mas agora tudo tinha mudado. Não queria mais lutar. Ia deixar-se afundar lentamente, ou então de uma forma rápida. Nem se importava mais com isso.

Porra! Há tanto em mim, como poderei desistir?!

Dito isto, já tinha desistido, sem ter sido resgatado como sempre tinha pedido. 

Eli