Agora nem nómada, nem emigrante.


segunda-feira, outubro 31, 2005

O Sentimento

Dali


Hoje vim falar de outra parte de mim. As insónias. São horas a fio passadas numa luz ténue, onde consigo vislumbrar, claramente, apenas algumas estrelas que colei nas paredes do meu quarto.
Esta noite surgiu-me uma história que vos vou contar, daquelas que gosto, que nos fazem pensar...com filosofias e lógicas das minhas

Era uma vez um Sentimento. O Sentimento tinha duas partes. Ele mantinha-se resguardado, com medo e não se deixava mostrar!

Um dia, resolveu fazer parte de um homem. Este sentiu-se muito feliz, pois tinha finalmente parte de um Sentimento para entregar a alguém.

Certo dia, apaixonou-se perdidamente. Resolveu então partilhar com uma mulher, metade de si. Entregou-lhe Parte do Sentimento. Este ficou muito feliz, pois a sua vida estava a fazer sentido finalmente! A Outra Parte (mulher) aceitou o sentimento de bom grado, ficou feliz, mas guardou-o na gaveta para usar quando achasse necessário. No primeiro dia, usou-o várias vezes para telefonar a ele. No dia seguinte, usou-o apenas para escrever uma carta ao homem. Passado uma semana usou-o para fazer sexo. Na semana seguinte, o sentimento começou a ficar sempre na gaveta.

O homem, por sua vez, usava sempre o sentimento. Transmitia-o a toda a gente com um sorriso. Notava-se bem que não se envergonhava de sentir. Cada vez que ia às compras, as pessoas diziam-lhe: "nota-se bem como está animado há uns dias, parece mais leve...". O homem sorria, os seus olhos brilhavam e prosseguia. Quando fez amor, achou que estava finalmente no auge da felicidade, mas não compreendia, porque é que a Outra Parte do sentimento não se manifestava de maneira semelhante, no entanto, não disse nada, para que o sonho de que o Sentimento prevalecesse em si não desabasse...

Passou um mês e a mulher esqueceu-se do sentimento. Enviava mensagens ao homem, beijava-o, mas deixara o sentimento na gaveta. O homem trazia o sentimento com ele, mas sentia-se cada vez mais triste sem saber porquê... Resolveu então perguntar à mulher pelo sentimento: "Amas-me?" e ela respondeu: "Não sei, não me lembro de que era o Sentimento que me entregaste." As lágrimas do Sentimento do homem cairam-lhe pela face... ela largou-lhe as mãos não compreendendo o porquê de não sentir.

Quando voltou para casa, abriu uma gaveta para queimar um pouco de incenso e descobriu lá o Sentimento que o homem lhe tinha dado. Estava morto.

O Sentimento só sobrevive a tudo e todos (distância, espaço,...) se for mantido no coração.

Assim acontece com o Amor, a Amizade, a Raiva, a Esperança...

Eli

sexta-feira, outubro 28, 2005

Roam-se!!!... (III)



Eh, eh, eh! Toca a roer de inveja destes "bacanos"!!!

Ora bem, estes fotogénicos vivem no meu lugar preferido da Ilha! Escolhi um lugar mesmo juntinho a eles, onde se vê apenas céu e mar junto a um pedacinho de verde. Nesses metros quadrados de erva moram estes "escolhidos", que também passam lá a noite, tal como pude (hoje) constatar! Apenas posso ir a esse lugar com um meio de transporte, pois fica junto à Praia da Vitória, que fica a mais de vinte quilómetros de Angra do Heroísmo, cidade onde habito nesta altura da minha vida (e com muita sorte minha!)!! Bem, hoje pude ir lá ver aquilo de noite, porque a Ana Coleta, a minha mais recente amiga, que está mais tempo comigo e que mais me atura - que pena que eu tenho dela - alugou um carro (devido a razões bastante interessantes - para ela) e levou aqui a amiga (dela) a esse lugar! De noite não se vê horizonte, mar, ou céu que se distingam, mas sabem, ouve-se o mar... e, quando se ouve o mar é como se estivéssemos em casa, como se nos ouvissem também, porque os nossos pensamentos são enviados pelas ondas como mensagens em garrafas e são lidas apenas por quem também ouve o mar tentando nos ouvir também!!!

Gostaria de deixar aqui um grande agradecimento às pessoas que mais me fizeram sorrir aqui: a Ana Coleta, a Xana e a maluca da irmã dela - Ana Rita - que veio para aqui só para não fazer nada: "roam-se"!!! Ela também tem um blog que se chama "A minha pessoa" (vais pagar a publicidade)!!!

Quando pensarem que estão mal, pensem que há sempre quem esteja bem melhor que vocês!

E estão autorizados a chamar-me à atenção quando vier para aqui com posts demasiado "tuli tuli" (leia-se "lamechas") a não ser que gostem deles e que também os escrevam, porque aí não terão autoridade!!! a) Mas nada de me maltratar!

Este post tem uma alínea! Leiam as letras pequenas!

a) Só me podem "chatear muito" se me conseguirem fazer rir!

:)

segunda-feira, outubro 24, 2005

Arrepio de conforto

Foto por Clifford Ross

Pingas de curiosidades caem junto à minha janela. Não as vi passar, mas ouvi-as, assim de mansinho. Deitei-me junto a almofadas brancas e deixei-me repousar. Uma tarde toda em que sabia de cor cada sonho que poderia ter sonhado, mas nem vi estrelas, nem as quis ver. Não desisti, nem tampouco me vejo a fazê-lo. Orfeu fala-nos em coragem, mas quem sou eu para ter "medo de naufragar"?!
Sim, não esqueci cada sentimento que me prometi. O que cada conchinha pequena me disse antes ter sido destruída pelos dedos dos meus pés, aqueles que encolhem com a ansiedade... Cada lugar que vejo na minha memória refere filmes passados com cores que não são mais do que preto e branco, porque são passado. Não vivo no passado, nem viverei, porque no futuro também não me ficarei a desejar. Vivo agora. Sobrevivo à largada de sonhos em barcos que partiram e deixaram-me ficar. Não me foram capazes de dizer que poderia sonhar apenas um pouco mais.
Sonhadora por natureza, consegui evitar ser algo que apenas desencadeia coisas parecidas com Tears, ou com música ao entardecer... Porra! Só quero aquela pequena parte que me está reservada! Será que terei que esperar muito mais?! Quero tudo. Quero.
Meus lábios demonstram tristeza. Provam o frio de gelo sem cor, sem sabor. Aquilo que não quero para mim, já o sei há muito. São as pequenas coisas que me fazem aguentar.
A chuva chegou e a tempestade ajudou-me a largar os sótãos, os baús, as recodações, os poemas, as letras... a chuva lava-me de pensamento que não evito.
Querer querer, mas não me deixarem mais do que já quero....
Quebram-me, colam-me, mas eu não sou de quebrar, nem de colar.
É numa estrada destas, numa imagem destas que a penumbra assombra o meu caminho, indicando passos pelos pesadelos felizes que anseio em guardar, pois não passam de caminhos onde quero caminhar.
Quero caminhar em florestas assombradas e arrebatá-las junto a mim.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Roam-se!!!... (II)

Desta vez venho partilhar este lugar inspirador, onde estive...

Quem gostava de ter estado ali?! O.K., sem "mim" a chatear!!! :)

Roam-se! lol Quem está a roer-se?! Hmmm digam lá!!!

Com quem queriam estar ali?!

Vamos lá a ver quem "desbonina" um pouco de si!

Clareza e sinceridade!!!

:)

Um beijinho por cada coment!!!

:)

sábado, outubro 15, 2005

Roam-se!!!...


Descobri o porquê do encanto dos Açores... pelo menos nesta ilha!
Lugares excepcionais, pessoas que nos acolhem de braços abertos e nos transmitem um pouco do calor que deixámos tão longe.
Vocação. Eis a palavra que me fez voar sem olhar para trás...
Este lugar faz-me sentir bem. É já uma casa para mim. Sim, é muito longe, mas não é tanto assim, porque dou muito mais valor a cada contacto de cada pessoa, porque cada mensagem, cada telefonema, cada e-mail, cada coment, cada pensamento, cada sorriso, cada... faz-me sentir que tenho amigos que se dedicam. Cada palavra que chegou até mim pelos mais diversos meios de comunicação, veio dar-me força para continuar! Não que o trabalho não me dê força, porque, presentemente, é ele que ma dá em todo o seu esplendor, que me faz brilhar com esforço, cansaço, mas muito amor...
Mas, que seria de mim sem a minha vida, aquela, a "própria" em que se encaixa cada um que conheço melhor que o outro e que me entregam a amizade, a esperança de uma possível visita, ou palavras que aconchegam o coração!
Esta imagem é para vós que me deixam sonhar com um regresso aos sorrisos, que me deixam uma freste aberta, ou uma porta escancarada para a minha chegada!...

Roam-se, pois estou a deixar/adiar vivências, mas estou a compensar com uma imagem como esta, ou simplesmente com o mar que vejo todos os dias, no trajecto que faço, ou mesmo da minha casa! Depois de ter deixado tanto para trás, aguardo aqui pelo Natal, do qual tanto gosto, para ver sorrisos que recordo, sorrisos renovados e sorrisos que desconheço!

sábado, outubro 08, 2005

Barcos?!


E de tanto querer,
Não quis mais...

E de tanto correr,
Alcancei o cais.

Barcos, onde não me levais?!

O mar... parte cruel da terra

Que encerra
Sonhos,
Que enterra
Palavras,
Que...

segunda-feira, outubro 03, 2005

Aquele sorriso...

Eis o sorriso que não posso ver chorar...
Parece estar tão perto,
Mas, apenas o posso alcançar
Através de uma voz...

Sabes bem que mais do que
Um lugar que te posso dar aqui
São os locais onde já estás enraizada,
Aqueles que conquistaste com o teu sorriso!
Não esperando nada...
Aquilo que preciso...

Tens-me ouvido como palavras em poesia
Como rimas em acrósticos
Defines a noite e o dia
Dos deuses dos agnósticos.

E as dificuldades transversais
De quem não te pegar ao colo
São marcas banais
Que não merecem lágrimas pelo solo!

E, aqui continuo assim, esperta e perspicaz
À espera de roer cordas e soltar amarras
Daquilo que, constantemente me apraz!

Mas, tu, não esperes e saberás!

Saber?! Saber... Oh... que saberemos nós?
Sabemos as marcas da amizade escrita, lida,
Falada, sentida!...

:)


Dedicado à Susana_Aveiro que também se dedica a mim!
(Como sempre, foi o que saiu!)